23/01/2008

Precisa-se de uma mutação voluntária

De um ano, passaram-se vinte e três dias. Pela primeira vez senti que as horas correm atormentando-me; a cor cinza revela um uivo ventoso incontrolável. As folhas queimadas pelo sol insistem em adentrar o meu quarto. Lá, empoeiram-se pilhas de livros insaciáveis e anseios noturnos descabidos. Talvez seria a hora de providenciar algumas mudanças, quem sabe algo desperta debaixo da cama? Eu, não sei. Diante da perplexidade de um momento como este, silencio as minhas vontades. Já é dia vinte e três e eu ainda não havia notado que as janelas do prédio em frente perderam suas grades de madeira.