Seus olhos brilhavam com a angústia opaca de quem não sabe mais como continuar. Naquele momento de dor, de desespero e de imaginação o grito soava silencioso e desnecessário. Já não importavam os ideais e todo o conhecimento adquirido pela leitura de milhares de páginas secas e repetitivas. O que procurava... a liberdade estava ali e tão subitamente aparecera... ela sabia que não duraria. O calor... não importava. Mathieu a descobrira morrendo em uma guerra inútil e sem sentido, a Segunda. Ela acabara de descobri-la em sua própria guerra, em seu momento final de calor e vazio. Tudo estava claro e não era somente a luz do fogo, era a lucidez, a resposta que buscara. Ser livre é estar vazia, com nada mais a encontrar. Agora, com os cabelos chamuscados, ela tinha a resposta e batera de frente com a liberdade. Em instantes, porém, as chamas não permitiriam que a mensagem se propagasse.
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6 comentários:
:~
as palavras deslizam na superfície dos meus olhos. se espalham e pulam pra dentro deles. é tão bom, nana...
triste e intenso.
lindo, o mais lindo que eu já li da senhorita. o resto já foi dito aqui em cima.
Não sobrou nenhum comentário pra mim.Então minha falta de palavras diz tudo.
Ela ainda vai ser estudada em alguma cadeira de literatura sul-riograndense da UFRGS e da PUC! E eu vou dizer: "eu lia as coisas que ela escrevia lá nos blogs!"
MARAVILHOSA!
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