03/05/2008

Contos Múltiplos II - Final 1 - "derramandoosanguedosegredo.com"

Um dia qualquer de um mês não muito preciso. Eis que surgiu do nada. Aparentemente sem nome, admirando-se do que não é seu; construindo palavras e tecendo letras num bom-passar-de-tempo sem que tivéssemos a chance de revelar sua verdadeira face, uma vez oculta. Vem do Latim, por sua vez desvendamos. Mas seguiu-se a névoa por detrás de um nome marcante. Sua marca sempre fora Nihil.

Não que gostasse daquilo tudo; não - It was like a joke. O dinheiro não era necessariamente atrativo, nem os contatos, nem o perigo: era o glamour que seduzia loucamente aquele corpo sem gosto, sem dono, sem cheiro, de Nihil. Sim, o glamour. Agora estava irreversivelmente empenhado em fazer mais pela família que o acolhera naquela tarde chuvosa, na estrada sem destino. E por si mesmo também.


O grupo tinha história. E nome. Claro, ele não o revelaria, nem o seu verdadeiro quis dizer e-nem-pista-por-favor-não-me-pergunte. Só queria fazer o melhor por seu trabalho, pela tradição sem precedentes, por tudo de mais abstrato que os cercava. Buscar por páginas que mostrassem o que de mais incomum havia no pensamento alheio – e nas manias, convicções, extremismos – era a vida de Nihil. Quer dizer, primeiro era isso, depois se perder mil vezes num emaranhado de não-dizeres para transformar em muros por onde pudesse escalar e ainda sobreviver do outro lado. Podia não parecer, mas era um árduo trabalho.


E muitas vezes dava certo. As vítimas acabavam por entregar identidades para lá do propícias pro seu objetivo: perfeitas. Não era fácil encontrá-las, as que conseguia, depois de todo o processo, iam para a próxima fase, onde o elemento superior as cuidava. As outras, ah, as outras... Nihil as comia. E bem. Com garfo e faca e molho Sakura, por favor.

2 comentários:

cintilante disse...

ráááá
boa sacada, muito boa!
gostei do rumo que tomou!!

Anônimo disse...

impressionante...

não sei o que dizer, então não vou dizer nada.